quarta-feira, 17 de junho de 2015

Lançada grife de moda infantil sustentável inédita no Brasil

Acaba de ser lançada em Botucatu-SP, a primeira grife de moda infantil sustentável do País. Intitulada Gruta da Cuca, a confecção foi planejada e desenvolvida pela médica pediatra e empresária, Ana Paula Aguiar Ferraudo.

A Gruta da Cuca Moda Ecológica é uma confecção de roupas e acessórios infanto-juvenis que traz consigo a preocupação com o desenvolvimento sustentável em peças modernas e confortáveis. São utilizados três tipos de tecidos nas peças de roupas: malha PET reciclado, tecido de aproveitamento de aparas e retalhos (upcycling) e algodão orgânico.

O PET reciclado é feito com fibras de poliéster proveniente de garrafas coletadas por inúmeras cooperativas e seus catadores. Esta fibra tecida com fios de algodão confere à peça maciez e durabilidade. Cada camiseta recicla em média duas a três garrafas PET.

O tecido de aproveitamento utiliza resíduos de tecidos oriundos de confecções e tecelagens que podem ou não ser associados ao PET reciclado. Este processo dispensa o uso de produtos químicos, água e elimina zero carbono no ambiente. A cada metro de tecido desenvolvido, são retiradas da natureza oito garrafas PET e 480 g de resíduos têxteis.


O algodão orgânico é cultivado sem fertilizantes químicos, pesticidas ou reguladores de crescimento. Os recursos naturais, como lençol freático e a biodiversidade são preservados, já que não há contaminação do meio ambiente.

A Gruta da Cuca também confecciona acessórios coloridos e modernos, como presilhas e tiaras. Feitos em crochê e feltro, carregam consigo o trabalho manual com responsabilidade social. 

Sem perder o foco na consciência ambiental, nem a embalagem e o TAG são descartados após a compra. Com o cuidado de diminuir o lixo produzido, a Gruta da Cuca desenvolve embalagens reaproveitáveis e seu TAG é produzido com papel semente, que deve ser molhado e plantado para germinar. 

"Nosso objetivo é resgatar a inocência e a liberdade do mundo infantil, incentivar a educação socioambiental e contribuir de forma direta para que nossas crianças tenham um futuro digno", explica Ana Paula.


Além de utilizar matérias primas sustentáveis e de primeira qualidade, a marca também incentiva entidades sociais. "Utilizamos o serviço de uma lavanderia industrial com importante trabalho social de Piracicaba e também procuramos terceirizar vários serviços com instituições ligadas ao Fundo Social de Solidariedade de Botucatu, fazendo da Gruta da Cuca uma fonte de renda para famílias de baixa renda", completa.

COMO NASCEU A GRUTA DA CUCA
Logotipo Gruta da Cuca

Trabalhos manuais sempre fizeram parte da vida de Ana Paula Aguiar Ferraudo. Filha de dona Lúcia, uma habilidosa professora de artesanato, aprendeu desde muito cedo a bordar e costurar, atividades que nunca deixaram de ser sua paixão. Apaixonada por crianças, dedica-se à Pediatria há 16 anos, profissão que lhe trouxe um contato mais intenso com esse mundo todo especial e que permitiu identificar necessidades que iam além do processo saúde-doença.

Para ter um desenvolvimento saudável, a criança precisa de muito mais que um remédio. A alimentação, o estímulo imaginativo, o faz de conta, o amor dos pais e os limites morais fazem parte da base desse desenvolvimento. No consultório, Ana Paula percebia a fragilidade destes alicerces frente ao mundo moderno.
Foi em dezembro de 2013, após o sucesso de um vestido temático de Natal que fizera para suas duas filhas, nasceu a ideia de montar uma confecção que resgatasse a liberdade da criança brincar, com roupas confortáveis e divertidas. 

Mas sabia que o caminho era longo. Para isso, teria que transformar sua paixão em profissão. 

Iniciou então uma maratona de cursos, buscou orientação no SEBRAE, SENAI, passou a frequentar feiras de moda, visitar tecelagens e de repente, foi apresentada aos tecidos ecológicos.

Dedicou o ano de 2014 às pesquisas e estudos sobre essa área. De um lado, passou a conhecer a riqueza do material ecológico para a indústria têxtil e seus benefícios. De outro, a rara oferta desse tipo de roupa em nosso país, especialmente no segmento infantil. Tudo isso, associado à falta d’água, aumento da temperatura global e a escassez de recursos naturais.

Foi nesse cenário que nasceu a Gruta da Cuca Moda Ecológica, que tem como filosofia resgatar a inocência e a liberdade do mundo infantil, incentivar a educação socioambiental e contribuir diretamente para a indústria da reciclagem e cultivo de produtos orgânicos.

Serviço - As coleções podem ser adquiridas e entregues em todo território nacional através da loja virtual: www.lojagrutadacuca.com.br. Para obter mais informações, acesse o site www.grutadacuca.com.br.

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
4toques comunicação
(14) 3354-4344 / 3354-4443
clarissa@4toques.com.br
Rua Melvin Jones, 63, Vila N. Senhora de Fátima
CEP 18608-110 Botucatu-SP
Website: http://www.grutadacuca.com.br

Exército de Salvação ganha grife própria

As vendas das roupas doadas ao Exército de Salvação terão agora um apelo fashion. Com o apoio de nomes da moda como Chiara Gadaleta, Dudu Bertholini, Marta Meyer, Carla Fincato e Sonia Kiss, a WMcCann criou um projeto de reestilização de roupas de segunda mão com a marca Refashion.O lançamento acontecerá com um desfile durante a quinta edição do BR.EcoEra, evento semestral que reúne a cadeia produtiva da moda, como empresas, designers e consumidores, em torno do tema sustentabilidade. O desfile do Refashion by Exército de Salvação + Chiara Gadaleta, com styling de Dudu Bertholini, mostrará sete looks reciclados no dia 3 de dezembro.“O projeto busca ajudar o Exército de Salvação a otimizar os recursos que tem, não só gerando peças com maior valor agregado, mas trazendo para a ONG uma informação sobre moda que pode impactar positivamente seus colaboradores e frequentadores”, explica André Santa Cruz, redator da WMcCann, que idealizou o projeto junto com o diretor de arte Fabiano Gomes. O Exército de Salvação recebe a doação de cerca de 100 mil peças de roupa anualmente.

Cantor Pharrell Williams lança coleção de jeans feitos com lixo do oceano

Não é apenas na área musical que o cantor norte-americano Pharrell Williams tem se destacado. Além de todas as suas habilidades como instrumentista, cantor e produtor, ele também já foi eleito o homem mais bem vestido do mundo. Detentor de uma marca de roupas, Williams está prestes a lançar uma coleção feita com plástico retirado do oceano. A proposta de transformar esses resíduos em tecido surgiu em 1993, por Tyson Toussant, co-fundador da marca Bionic Yarn. A ideia inicial era contribuir de alguma forma com a redução do lixo plástico nos oceanos, diminuindo também o perigo que eles representam, principalmente, aos animais. Após muitos anos desenvolvendo a tecnologia, a empresa conseguiu chegar a um tecido tão resistente quanto os tradicionais. A coleção de jeans feito com plástico será lançada no próximo mês e só se tornou realidade porque o cantor Pharrell Williams gostou muito do projeto e se ofereceu para atuar como designer na criação das peças e ainda lança-las no mercado com sua própria marca. Apelidada de “RAW for the oceans”, a linha colabora com a retirada de nove toneladas de resíduos dos oceanos. De acordo com Toussant, da Bionic Yarn, o fio desenvolvido pela empresa é feito em três camadas: um núcleo, que dá resistência ao tecido, uma camada intermediária de material reciclado, que constitui 45% do fio, e um revestimento superior de qualquer fibra, para deixar o tecido com a aparência desejada. O empresário não quer parar por aí. A ideia é produzir tecidos com materiais reciclados para outras marcas também e ajudar os consumidores a serem mais conscientes. “Espero que essa inovação de materiais pegue, mas, ao mesmo tempo sabemos que essa não é a única coisa a ser feita para sermos mais sustentáveis”, declarou Tissout à Wired.

Tem Muita Moda Consciente Sendo Feita Por Mulheres No Brasil

Por Bruna Miranda

Desde o início da conquista de espaços no mercado de trabalho, as mulheres vêm se destacando em cargos importantes, mesmo com as dificuldades e as desigualdades de gêneros impostas pela sociedade. Com a moda, desde sempre, não foi diferente. Basta pensarmos por alguns segundos que nos vem à cabeça nomes como Gabrielle Chanel e Mary Quant, revolucionárias em adequar, à beleza e estilo das roupas que criaram, uma necessária e já tardia liberdade.

Décadas mais tarde, com o avanço do fast-fashion e de suas enormes corporações, a consciência de uma moda mais justa, humana e ambientalmente eficiente começou a ganhar força no trabalho desenvolvido por mulheres. A britânica Vivienne Westwood, que, desde a época do punk incorporava às suas coleções mensagens de ativismo e insatisfação com as regras de conduta de uma sociedade desigual e intolerante, começou a agir com o mesmo entusiasmo em prol de uma moda menos insustentável.

Ela passa a questionar o consumo desenfreado, criar e apoiar campanhas ambientais – como sua Climate Revolution e outras tantas em defesa ao meio ambiente. Sua frase “Buy Less, Choose Well, Make It Last” (Compre Menos, Escolha Melhor, Faça Durar), já é lema entre os defensores da moda slow e do consumo consciente.

Também de Londres e igualmente renomada, a designer Stella McCartney praticamente dispensa apresentações de seu “ativismo fashion”. Vegetariana convicta e defensora da causa, assim como seu pai, o Beatle Paul McCartney, deixa claro que não usa matéria prima animal, como couro e peles. Frequentemente participa de eventos e campanhas pela moda cruelty free, apoiando ONGs como o Fashion Revolution, ITC Ethical Fashion Initiative e o PETA – People For The Ethical Treatment of Animals (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais). Em seu site, é possível acompanhar todas as ações e projetos que recebem seu suporte.

As duas estilistas, que se encontram no topo da pirâmide da moda consciente, são, felizmente, inspirações e incentivo para a criação de uma moda com responsabilidade harmonizada ao estilo, elegância, identidade, estética e luxo – características que fizeram com que a área se transformasse, ao longo dos anos, nessa arte notória. No Brasil, já temos nossas representantes, exemplares da moda consciente. Designers que inovaram com coragem e persistência e agora, mais do que nunca, começam a se destacar e ganhar reconhecimento, também inspirando novas gerações de profissionais.

Flávia Aranha

flavia-aranha-mulheres-conscientes-na-moda

Das pioneiras no país, em sua marca Flávia Aranha se especializou em modelagens atemporais, tecidos de algodão puro e linho e tingimento com corantes naturais, como folhas, cascas de árvores e chá. Desenvolve projetos com comunidades para a troca de experiências e o desenvolvimento de novas matérias primas, preza pelo artesanal e a busca da brasilidade, perdidos pelo ritmo acelerado da moda e pela globalização e massificação do estilo. Flávia representa o slow fashion brasileiro exportando suas peças para a Europa e o Japão.

Fernanda Cannalonga
fernanda-canna-mulheres-conscientes-na-moda

Estilista, empreendedora, engajada e antenada, ainda novinha, com apenas 13 anos, Fernanda criou a marca Violet Shop, pioneira loja virtual voltada ao público adolescente. Depois de alguns anos de muito sucesso e já formada em moda, criou a Canna, marca de acessórios 100% brasileiros que são produzidos de forma artesanal e em pequena escala, privilegiando o design minimalista. Sua matéria prima é produzida em unidades fabris ecológicas na Bahia e no Rio Grande do Sul, que realizam reciclagem de matéria prima e de resíduos industriais, além de reaproveitamento quase total da água. As peças da Canna também são vegan-friendly, feitas apenas com materiais sintéticos e vegetais. O comércio justo também é prioridade da designer e seus artesãos recebem pagamento acima da média e um horário de trabalho flexível.

Gabriela Mazepa
gabi-mazepa-mulheres-conscientes-na-moda
Foto: Cortesia Gabi Mazepa

Nós já falamos aqui do trabalho com upcycling dessa estilista curitibana, que, em seu ateliê no Rio, onde mora, (des)costura e transforma com sua marca Gabriela Mazepa, reaproveitando o que já está pronto e “abrasileirando” suas criações, para que cada uma delas carregue sua própria história. Ela já chegou a fazer parceria com uma das maiores facções do Sri Lanka, transformando peças com pequenos defeitos e coleções passadas em roupas e acessórios novos. Seu talento com o reaproveitamento na moda foi reconhecido no Prêmio Brasil Criativo, onde foi semifinalista, e, atualmente, faz parte do movimento Roupa Livre.

Ana Sudano
ana-sudono-mulheres-conscientes-na-moda
Foto: Reprodução

Estilista há 15 anos, a mineira de Nova Lima, logo ao lado de Belo Horizonte, já trabalhou com profissionais e marcas de renome, como Graça Ottoni, Printing, Patricia Motta, Alphorria, Gilda Midani e Animale. No ano passado, seguindo a proposta consciente da moda em que acredita, lançou sua própria marca, a Grama Roupas Ecológicas, onde ações e políticas empresariais socioambientais são o foco. Atuam com diversas comunidades e ONGs em Nova Lima, incluindo um grupo carcerário, para empoderamento e comércio justo. A marca já participou, com premiações, do Minas Trend Preview e do Paraty Eco Fashion. Também desfilou seu Inverno 2015 no Vancouver Fashion Week, em março desse ano, no Canadá.

Pamela Magpali e Bárbara Mattivy
insecta-shoes-mulheres-conscientes-na-moda
Foto: Pamella, Bárbara e Laura // Reprodução

A Insecta Shoes, outra marca presente em diversos momentos aqui no Modefica não teria como ficar de fora dessa lista, pelo trabalho cada dia mais reconhecido das sócias gaúchas Pamela Magpali e Bárbara Mattivy, que agora contam também com Laura Madalosso. A ideia surgiu quando Barbara não sabia o que fazer com algumas roupas XXL que tinha comprado e veio o clique de reutilizar o tecido das peças produzindo sapatos artesanais, veganos, ecofriendly e feitos no Brasil. O mix de boas atitudes deram tão certo que, além da loja virtual que entrega em todo o mundo, elas inauguraram, há pouco tempo, a primeira loja física da Insecta em Porto Alegre. O espaço também segue a proposta e mantém práticas sustentáveis diversas. Como elas não param, já vem mais novidade por aí: uma linha criada com tecidos de garrafas pet recicladas e com as estampas, desenvolvidas por elas, impressas em tintas à base d’água.

Débora Nardello
debora-nardello-mulheres-conscientes-na-moda
Foto: Reprodução

Gaúcha que mora no Rio de Janeiro, Débora escolheu trabalhar com o upcycling em sua marca Lusco Fusco para colocar em prática a consciência para questões ambientais. Sua base é o aproveitamento total de tecidos e retalhos vindos de confecções, para o mínimo possível de desperdício e o apoio à mão de obra local. Além das roupas, ela mantém um blog da marca onde escreve sobre os conceitos da moda sustentável e o consumo consciente. Nesse ano, lançou também o FanZine Semente, uma publicação independente que aborda moda, design e sustentabilidade mostrando projetos sustentáveis que estão fazendo a diferença pelo Brasil. É gratuito para os assinantes de sua newsletter.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Seca na Califórnia ameaça denim e obriga indústria a repensar processos

Em abril, pela primeira vez na história da Califórnia, o governador Jerry Brown decretou estado de emergência devido à seca e ordenou um corte de água generalizado de 25%.

A decisão do executivo do estado mais populoso dos EUA surge na sequência do agravamento da seca que assola a região americano há quatro anos, em resultado da reduzida queda de neve durante o último inverno, que se fixou nos valores mais baixos já registrados.

 
A região sul da Califórnia produz 75% de todo o denim fabricado nos EUA e é um elemento-chave no ecossistema da moda de Los Angeles, um mercado que gera anualmente 10 milhões de dólares em receitas, contribuindo em cerca de 10% para as suas vendas anuais.

Os Pioneiros

Uma das principais entidades no universo do denim californiano, a Levi’'s, preparou-se (para a crise de água) com antecedência. A marca de jeans lançou seu processo de finalização 'Water Less'.

A empresa estima que são utilizados 3.800 litros de água no ciclo de vida do denim, com 68% aplicados na produção de algodão, 9% na fabricação e 23% na utilização feita pelo cliente final.

A Levi’'s encoraja, também, o consumidor a reduzir o seu próprio uso doméstico de água, limitando o número de lavagens dos jeans.

Inovações

As máquinas de ozônio, que substituem o processo de branqueamento de máquinas de lavar tradicionais, oferecem uma alternativa às marcas premium de denim na redução do consumo de água, uma vez que o processo exclui a sua utilização.

A marca Citizens of Humanity usa máquinas de ozônio há mais de cinco anos. "O nosso compromisso na preservação dos recursos naturais começou anos antes da implementação das mais recentes medidas de emergência. Nos últimos anos, aumentamos nosso investimento em tecnologias inovadoras de forma a reduzir o consumo, não apenas de água, mas também de gás e eletricidade", explica a presidente, Amy Williams.

A produtora de denim Eco Prk, sediada em Los Angeles, tem investigado formas de replicar a lavagem do denim tradicional, utilizando ozônio, e introduziu a nova tecnologia 'Wiser Wash', que usa menos 80% de água face aos métodos tradicionais.

"O ozônio é usado já há muito tempo, mas ninguém foi capaz de atingir um look desbotado bonito com ozônio até agora", afirma Kevin Youn, CEO da Eco Prk.

O processo tem o benefício adicional de permitir a reciclagem de 99% da água usada, que pode ser reutilizada em futuras lavagens.

A utilização de máquinas de ozônio implica o acréscimo de um dólar ao preço final de um par de jeans premium e, até o momento, as marcas têm absorvido este custo suplementar.

As máquinas de ozônio custam habitualmente 65.000 dólares cada, o que significa que "este sistema requer um investimento inicial, mas o custo (de produção) é muito mais barato e o ambiente de trabalho é melhor – não há água quente, nem produtos químicos", revela Youn.

Adriano Goldschmied, designer italiano responsável pela criação das marcas Diesel e AG, acredita que as inovações de empresas como a Eco Prk podem ajudar pequenas marcas da indústria californiana a sobreviverem à ameaça de seca através de tecnologias pioneiras.

"A Eco Prk pode ajudar diretamente pequenas marcas a alcançarem seus objetivos, mas elas podem também ser um exemplo a seguir por toda a indústria, não apenas na Califórnia, mas em todo o mundo", comenta o especialista na ganga.

A lavandaria de denim Blue Creations, que dentre os clientes figuram as marcas Frame Denim, CJ by Cookie Johnson e BCBG, usa a tecnologia de ozônio desde 2011 e planeia adquirir outra máquina no próximo ano.

"Várias marcas procuram, cada vez mais, usar máquinas de ozônio. Eventualmente, queremos usar ozônio em quase todas as nossas lavagens de denim", explica Oscar Quintero, diretor de vendas e marketing da empresa.

"Até o momento, poupamos cerca de 50% de água em comparação com os métodos tradicionais, permitindo-nos cerca de 15.000 a 20.000 dólares", acrescenta.

As marcas estão, simultaneamente, a testar outros métodos limitadores do uso de água, entre eles as técnicas de laser. De acordo com Lynda Grose, professora associada de Design de Moda da California College of Arts e especialista em marketing no Projeto Algodão Sustentável, esta tecnologia pode ser usada para criar diferentes variações de cor.

"A Levi’s já trabalhou com isso", explica ela. "Eles usaram (essa tecnologia) para obter um efeito estampado em t-shirts, mas pode ser usada em qualquer tecido ou em denim, é verdadeiramente boa".

Williams revela que a Citizens of Humanity usa o laser para replicar lavagens vintage no denim e está desenvolvendo tecidos que requerem menor quantidade de água na sua fabricação.

"Neste momento, todos os tecidos são fabricados para lavagem com água", explica o CEO da Eco Prk. "Mas, se as tecelagens compreenderem o novo processo de lavagem sem água e se fabricarem tecidos que necessitem menos água, seremos capazes de fazer jeans sem água".

O que acontece agora?

Enquanto a chuva se nega a cair, os fabricantes preocupam-se com a futura imposição de normas mais rígidas. "Se forem impostos custos ou normas restritas, teremos de recusar ciclos futuros de produção ou investir fortemente em mais máquinas de ozônio e outros métodos que permitam a economia de água", afirma Quintero, acrescentando que a Blue Creations está atualmente a executar testes em laboratório que procuram determinar qual a água que é reciclável.

No entanto, as marcas continuam determinadas em manter a sua produção na Califórnia. "Ficar na Califórnia significa que as marcas aceitam jogar o jogo da qualidade e da inovação de produto", aponta Adriano Goldschmeid. "A água é um problema global, não apenas da Califórnia", ressalta.


Fonte: Fashionmag.com

terça-feira, 2 de junho de 2015

Gosta de moda? Confira 7 nichos promissores para investir

Pesquisa do Sebrae aponta áreas que têm potencial de crescimento, como roupas voltadas a gordinhos e evangélicos

Se o Brasil tem cerca de 800 mil pequenas empresas ligadas ao mundo da moda, como quem está começando um negócio agora nesse setor pode fazer diferença? A resposta pode estar nos nichos, afirma a coordenadora de varejos de moda do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Wilsa Sette.
A aposta em segmentos específicos, segundo ela, permite atuar junto a pessoas com características e interesses comuns. “Para o pequeno é sempre mais vantajoso, pois você atende de perto as necessidades do seu consumidor. Além disso, é uma forma de escapar de bater de frente com uma grande rede”, comenta.

Wilsa liderou um estudo para investigar quais os nichos mais promissores para investir no momento. Usou, para isso, o cadastro de empresas do Sebrae. “Separamos aqueles que mais cresceram nos últimos anos, que têm mais fornecedores e menor concorrência, oferecendo as melhores oportunidades”, diz. Confira a seguir.

Moda Plus Size – além de faturar alto (movimentou R$ 5 bilhões no último ano), este mercado tem um grande potencial. Segundo dados do Ministério da Saúde, 50,88% dos brasileiros estão acima do peso, e 17,5% são classificados como obesos. 
Dica: aposte em peças com bom caimento e conforto e que, ao mesmo tempo, estejam antenadas com as tendências da moda.
 Foto: iconogenic / Shutterstock

Moda Brechó – Consumir peças usadas, exclusivas e reaproveitadas, tem se tornado uma alternativa de consumo na moda. É um segmento de baixo risco e pouca concorrência, público diversificado e fiel e investimento inicial relativamente baixo. Não por acaso, o número de pequenos negócios com este viés cresceu 210% nos últimos cinco anos. 
Dica: ofereça atrativos, como bar, café e música ambiente. Isto ajuda a atrair novas pessoas que podem tanto consumir como se tornar fornecedores de peças usadas.
 Foto: nito / Shutterstock

Moda Streetwear – este estilo nasceu nos anos 90 relacionado à prática do skate. Porém, ampliou-se e hoje forma um estilo que inclui pessoas que nem se atrevem a colocar os pés numa tábua rolante – mas valorizam características como frescor e juventude. 
Dica: dê ênfase a canais de venda on-line e ações nas redes sociais.
 Foto: Ataka / Shutterstock

Moda Sustentável – mais do que a estética, o preço ou o conforto, o público aqui valoriza as marcas que seguem princípios relacionados a preservação ambiental e respeito às pessoas. Portanto, entrar neste nicho é obrigatoriamente se comprometer com isso – qualquer deslize pode ser fatal para a imagem do negócio. 
Dica: busque bons fornecedores com viés ecológico e invista no e-commerce para ser visto por aqueles que buscam alternativas “verdes”.
 Foto: mangostock / Shutterstock

Moda Country – um dos ritmos mais ouvidos no Brasil, o sertanejo também inspira outras áreas. No campo da moda, caracteriza-se por um corte mais alto da calça, uso de fivelas e cintos, manga longa nas camisas, estampa xadrez, botas, chapéu, entre outros elementos. 
Dica: Faça parcerias com duplas sertanejas, casas de shows e festas do gênero para promover a marca.
 Foto: Oscar C. Williams / Shutterstock

Moda Gestante – trata-se de um nicho interessante por conta das mudanças constantes no corpo da mulher, que a levam a rever o vestuário várias vezes ao longo de nove meses. Por outro lado, as gestantes são consumidoras bastante exigentes e que passam por um momento de ansiedade, impaciência e insegurança. 
Dica: ofereça peças que melhorem a autoestima e valorizem a silhueta da mulher.
 Foto: Ivory27 / Shutterstock

Moda Gospel – os adeptos da religião evangélica buscam elegância, estilo e conforto, mas geralmente com um visual menos ousado. Focar seu negócio nisso pode garantir o acesso a um amplo público consumidor –  afinal, de acordo com o Censo 2010, o Brasil tem 42 milhões de evangélicos. 
Dica: algumas peças de pouco apelo junto ao público geral encontram grande aceitação neste nicho, como saias mais compridas e blusas sem decote.
 Foto: Blend Images / Shutterstock