segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Alunos da Moda finalizam evento em Paris com sucesso

Acadêmicos e professores do curso de Tecnologia em Design de Moda participaram do salão LE CUIR A PARIS

Os alunos e ex-alunos do curso de Tecnologia em Design de Moda da Unisul finalizam a participação do salão LE CUIR A PARIS, que aconteceu entre os dias 15 e 18 de setembro, com sucesso. Selecionados pela organização do evento para compor um dos stands do espaço VILLAGE DES CREATEURS, que mostra os trabalhos de jovens talentos que trabalham com o couro, os alunos da Unisul apresentaram roupas e acessórios que tinham como característica principal o reaproveitamento e a reciclagem desta matéria-prima.
O stand da Unisul e a qualidade das peças fizeram sucesso na feira francesa, diz a professora Kenia Cabral, que estava acompanhando as alunas. Designers, empresários, compradores e escolas de moda de diversos países, além da imprensa internacional, visitaram o espaço e conversaram com os alunos.
A professora Kenia explica que foi a primeira experiência em um grande salão internacional para todos os participantes, e o objetivo agora é desenvolver novos projetos a partir dos contatos estabelecidos. O sonho de conhecer a capital mundial da moda foi realizado e agora é preciso continuar o trabalho, para não perder as oportunidades que surgiram no evento.
O salão parisiense, que mostrou as tendências de couro, peles, têxteis e componentes para o inverno europeu de 2010/11, contou com 336 expositores vindos de 23 países. Aproximadamente 13 mil pessoas circularam durante os quatro dias de evento, o que representou um aumento em relação à edição de setembro de 2008, mostrando que mesmo em tempos de crise a busca pelas novidades continua como a diretriz principal da indústria da moda. Le Cuir a Paris acontece juntamente com os salões Première Vision, Expofil, Indigo, Modamont e Zoom by Fatex, que compõem o grupo PREMIERE VISION PLURIEL.
As alunas Liliana Ungaretti, Aline Vargas, Mariana Dias e Maritza Fabiane Celestino e os ex-alunos Alan Mota, Flávia Vieira e Letícia Losso, acompanhados pelas professoras Priscila Ortiga e Alexandra Riquelme, continuam suas atividades com a visita da exposição Madeleine Vionnet no Musée des Arts Décoratifs e um tour de pesquisa de moda em Paris.
A professora Kenia Moreira Cabral, que atualmente mora em Paris e foi a idealizadora deste projeto, salienta que este foi o primeiro passo rumo à internacionalização do curso de moda da Unisul. "Queremos que nossos alunos enriqueçam seus conhecimentos com experiências internacionais, seja em intercâmbios, participações em feiras ou visitas temáticas para a pesquisa de moda. Tudo isso vem ao encontro de nosso projeto pedágogico que, aliando teoria e prática, visa formar um profissional multidisciplinar com um excelente conhecimento do setor".

Legenda da foto: Letícia Losso (Ex- aluna), Aline Vargas (aluna), Flávia Vieira (ex-aluna), Alan Mota (ex-aluno) e Mariana Dias (aluna)

Fonte:http://portal2.unisul.br/content/jornalunisulhoje/home/integradanoticia.cfm?objectid=DE578183-3048-6857-884B8D547938D7BC&secao=Geral

Curso Vestir Consciente no Rio

"Sustentabilidade sem o belo é triste, assim como o belo sem sustentabilidade é ignorante" Fletcher



O curso mostra como é possível construir o belo, essencial à moda, considerando a sustentabilidade, essencial à manutenção da vida, a partir de uma visão sistêmica da cadeia produtiva do vestuário, dos princípios de avaliação do ciclo de vida do produto e das reflexões sobre as conexões entre a moda, o vestir e a consciência.
O curso apresenta os conceitos do Vestir Consciente com base nos fundamentos do design sustentável, nas atualidades do mercado e nas experiências dos participantes, seguindo as diretrizes da metodologia desenvolvida pelo Instituto Ecotece.
A metodologia de aprendizagem aborda o conteúdo por meio de conceitos, dinâmicas interativas e exercícios práticos em todas as aulas.

Veja o vídeo do curso: http://www.youtube.com/watch?v=sz9VVSdjQmw
Veja depoimento dos participantes de outros turmas: http://www.youtube.com/user/ecotece

Objetivo:
Capacitar o participante com os conceitos do Vestir Consciente para que possa aplicar no mercado da moda e do vestuário tendo em vista as possibilidades de ação com base no desenvolvimento sustentável e no despertar da consciência.

Público-alvo:
Profissionais e estudantes de moda e da cadeia do vestuário, pesquisa e inovação, design, empresários e demais interessados no tema.

Carga Horária:
12 horas

Local:
Ateliê BioFuton
Rua Jornalista Costa Rego 104 - São Conrado - Rio de Janeiro

Tutor: Ana Cândida Zanesco
Fundadora e presidente do Instituto Ecotece. Assessora do concurso de moda sócio-ambiental Eco Fashion Brasil. Foi responsável pelo lançamento, no Brasil, do vídeo Fibra Ética: Algodão Orgânico, em parceria com a ONG britânica PAN-UK, em 2007. Trabalhou na organização da III Conferência Latino-Americana de Algodão Orgânico em parceria com a ONG Organic Exchange, em 2008. Apresentou o conceito do Vestir Consciente na Conferência Global de Têxteis Orgânicos, na California em 2007, foi convidada da Conferência Global de Têxteis Orgânicos em Portugal, em 2008.

Informações e Inscrições: http://www.ecotece.org.br/conteudo.php?p=76&i=110

Organização:
Instituto Ecotece Ateliê BioFuton
www.ecotece.org.br www.futon.com.br

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Lixo marinho é matéria-prima de caros acessórios de moda


Enquanto caminha em sua praia favorita nas Bahamas, a designer Barbara de Vries passa uma verdadeira vassoura no ecossitema praiano. Recolhendo lixos jogados na areia ou no mar, Barbara recicla tampinhas de garrafa, restos de plástico e a forma irresponsável de se conviver com a natureza.
“É um Mundo Feito pelo Homem”, do inglês It’s a Man Made World, é o projeto desenvolvido pela artista que procura sensibilizar a população quanto a poluição das praias e, principalmente, ambiciona mudar a maneira como vemos e tratamos os nossos resíduos.
“No meu site eu espero mostrar não somente a criação, mas também destacar os enormes problemas que são causados pela poluição decorrente do plástico. Pretendo cultivar esse tema em um plano mais abrangente, retalhando informações sobre reciclagem de plástico, redução do desperdício do material e apresentando perfis de pessoas e organizações que trabalham nestas áreas”, diz a designer.

A sua coleção de brincos, colares e pulseiras feitos com o lixo marinho derivado do plástico ganha destaque pela criatividade e por um fator não menos importante: o valor. Com uma variação entre 300 e 1.000 reais, um colar, por exemplo, carrega além do conceito, um preço bastante salgado.
O valor tem explicação, para Barbara, o despertar do plástico como algo extremamente agressivo à natureza pode se assemelhar aos diamantes: ambos são “para sempre”, por isso, a ideia de criar verdadeiras “joias” com o material.

“Eu via o lixo de plástico em todo lugar e pensei - Não só os diamantes são para sempre, mas é evidente que o plástico também, e decidi utilizar os mais velhos para tornar as peças ecléticas e exclusivas”.
A européia, que já trabalhou com grandes marcas mundiais de moda, construiu um diálogo entre a criação e a reciclagem do material de maneira natural, e afirma que fazer peças como as suas pode ser um bom desafio para todas as pessoas.

“É possível transformar plástico encontrado nas praias em um acessório bonito. Eu sugiro que se você avistar algum plástico ao longo da praia recolha o máximo possível e leve para um depósito de reciclagem correto, ou mesmo para casa e deixe ele se “comunicar” com você. Não posso dizer a ninguém como o seu processo criativo deve trabalhar, cada artista tem seus próprios meios, mas pode começar pegando os materiais... "

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/lixo-marinho-se-transforma-em-acessorios-de-moda

Ornj Bags: das construções para as bolsas


Resistência e criatividade. Estas são características básicas de sacolas que vem alcançando vôo dos mercados e feiras para as ruas e até mesmo passarelas. Ganhando uma carga fashionista e conceitos de responsabilidade até mesmo na hora das compras, as ecobags ganham formas, cores e materiais inusitados para entrar com tudo na rotina de consumidores conscientes.
O designer David Shock foi ainda mais longe e trouxe materiais da construção civil para bolsas que não passam despercebidas: as Ornj Bags. Feitas com redes de proteção da construções civis (aquelas redes que servem como barra de isolamento para a realização de obras em vias públicas), as grandes bolsas podem servir como sacolas retornáveis ou estilosas bolsas de transportar notebooks.

Compras no mercado? As ecobags ganham cada vez mais espaço na moda e entre os consumidores que buscam expressar um pouco mais de "consciencia verde" no vestir.
"Eu estava pensando primeiro em criar um saco de roupa simples para levar minhas roupas sujas apenas a três lances de escadas abaixo, mas depois percebi poderia ser uma ecobag", comenta David, ilustrando que boas ideias podem partir de pequenas movimentações cotidianas.
Feitas de maneira artesanal, as Ornj Bags recuperam este material super durável e que teria destino incerto em lixões espalhados pela cidade. Maleável e forte, as redes são feitas por uma espécie de plástico e de quebra, em um cor super ousada que entra nas tendências modernas.

Depois de passar um pouco de tempo aprimorando o projeto, o estadunidense ficou impressionando com a variedade de modelos que poderiam ser conseguidos a partir da matéria prima e criou uma coleção inteira com as redes. Os modelos variam entre 20 e 40 dólares, uma média de 54 reais e estão disponíveis no Etsy, site de compras virtuais.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/ornj-bags-das-construcoes-para-as-ecobags

Novos tecidos: Conheça o Fio de Leite


A tecnologia atrelada à inventividade tem gerado bons resultados para uma vida mais sustentável. Novos produtos, novos conceitos e novas formas de gerar e gastar energia vêm movimentando o mundo e abrindo os olhos das pessoas para uma nova postura social, mais responsável, consciente e prática.
No vestuário, não poderia ser diferente. Tecidos inteligentes, reciclados e fibras naturais chegam às prateleiras com mais frequência, mudando o olhar do consumidor para um olhar de conhecedor. Um grande exemplo foi dado pela designer Dolores Piscotta.
Manteiga, leite e queijo. O que mais pode ser feito com leite? Com criatividade e tecnologia, meias e blusas! Inacreditável? Conheça o trabalho inovador de uma designer trabalhando com tecido produzido a partir das fibras do leite de vaca.

"É quase igual ao nylon ou seda, mas é puro leite" diz Piscotta. A coleção criada pela designer tem roupas e acessórios (disponíveis para venda no site da empresa) feitos com o especial tecido, que é conseguido através de um processo químico.
Para criar a fibra, o leite líquido é desidratado e as suas proteínas são extraídas e em seguida dissolvidas em uma solução. Para finalizar, estas proteínas são colocadas em uma máquina que as une, transformando-as em um extenso fio.
Cerca de 100 quilos de leite desnatado são necessários para fazer 3 quilos da fibra, razão pela qual o tecido ainda não decolou. No entanto, o material tem potencial: não possui corante, permite maior respiração da pele, contém aminoácidos benéficos para quem usa e é tão confortável e elegante quanto a seda.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/novos-tecidos-conheca-o-fio-de-leite

Novos tecidos: Conheça a Fibra de Café


Apesar de orgânico, o pó de café é dificilmente reutilizado ou levado a locais apropriados para reciclagem. Pensando em aproveitar este material, que normalmente se mistura ao lixo comum, a Singtex criou um tecido a partir das sobras de café.
O pó de café deixado nos filtros após a produção da bebida é transformado em roupas esportivas que chamam atenção pela inusitada confecção com o tecido chamado de S.Café. Com um processo similar ao da utilização de bambu em roupas, a ideia foi pensada há quatro anos pelo diretor geral do grupo, o taiwanês Jason Chen, e cientistas.
"Nós somos os pioneiros nesta tecnologia e estamos orgulhosos por nosso esforços poderem contribuir. Usamos um processo patenteado que transforma a borra de café em fios S.Café, que então produzem em muitos estilos de malhas e tecidos” Singtex.

Com secagem rápida e proteção contra raios ultravioletas, o tecido de café tem o apoio de grandes empresas na hora de coletar a sua matéria-prima, como a Starbucks, cafeteria internacional que contribui com cerca de 400 quilos de pó usado todo mês.
Além das peças leves e confortáveis da linha orgânica S.Café, a empresa também investe na produção de roupas com malha PET e feitas com fibra de coco. Taiwan, Estados Unidos, Japão e China são alguns dos países que já recebem mercadorias feitas com o tecido que além de ser fresco, tem um controle de odores.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/novos-tecidos-conheca-a-fibra-de-cafe

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Curso de Moda da Uniara traz palestra sobre tema atual

















Publicado em: 09/09/2009
A Food and Agriculture Organization of the United Nations - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação declarou 2009 como o ano internacional das fibras naturais. O objetivo é estimular a procura pelas fibras naturais, conscientizar o público e promover a importância dos recursos naturais e o aumento do aproveitamento das fibras, pois isto é um fator diretamente relacionado com o meio ambiente.

Esse tema será apresentado aos participantes da Semana de Moda - Estilo e Negócios do Centro Universitário de Araraquara - Uniara, a ser realizada entre os dias 21 e 25 de setembro. Na ocasião, a modelista e cenógrafa alemã Jutta Osthues abrirá o evento com a palestra "Verdes Visões - os recursos disponíveis na natureza", a ser realizada às 20h, no auditório José Araújo Quirino dos Santos (Avenida Dom Pedro II, nº 660).

Além disso, Jutta Osthues fará um workshop sobre "Moda Ecológica - Tramas da cana tecendo o natural", que será ministrado, das 14 às 17h, nos dias 22 e 23 de setembro.

No Brasil existem grandes cultivos de várias fibras naturais, por exemplo, sisal, rami e juta, mas segundo Tania, seria mais natural experimentar a palha de cana-de-açúcar no interior de São Paulo e de criar acessórios, jóias ou até peças de roupas de cana.

A Palestrante

Jutta G. Osthues, alemã, formada em moda pelo Lette-Verein, Berlim-Alemanha e graduada em cenografia de filme e TV pela HFF Potsdam-Alemanha, tem 17 anos de experiência no segmento de criação de projetos de teatro, filme e TV, tendo muitos trabalhos como figurinista e cenógrafa. Vivência na França, nos EUA e desde 2005 no Brasil.

Fonte: http://www.uniara.com.br/noticias/?n=4340

Do lixo ao luxo: A moda dos materiais reciclados

Por Pryka Almeida* 14/9/2009 - 19:21

Ecomoda, green labels, moda verde, sustentável ou ecológica. Tanto faz! O importante é vestir a camisa em prol do meio ambiente

Garrafas pets viram blusas. Películas de cinema transformam-se em bolsas. Planta tradicional da Amazônia torna-se tecido 100% ecológico. Difícil de acreditar? Nada como criatividade, bom gosto e pensamento vanguardista para estilistas levarem às passarelas e para o dia-a-dia uma moda ecologicamente correta.

Os acessórios utilizam material reciclado e as roupas são feitas a partir de fibras, tintas e tecidos naturais, que na hora da produção não utilizam produtos químicos, fertilizantes, pesticidas ou qualquer produto prejudicial à natureza.



A designer Rubia Calazans recicla a película de cinema, material que leva mais de 100 anos para se degradar, na confecção de bolsas, tops, colares, entre outros. "Comecei a reciclar com fitas K7, filme fotográfico e depois veio a película. Reaproveitar sempre fez parte do meu contexto de vida", conta a carioca que faz esse trabalho há 6 anos.

Em todas as peças de Rubia, os acabamentos são feitos manualmente. Uma equipe que faz o processo inicial, mas a finalização fica por conta da designer. O material reciclado é trabalhado com pontos de crochê, fechos de velcro ou metais. Além de ser uma atitude que a natureza agradece, Rubia explora a transparência, opacidade e brilho da película sendo possível visualizar as imagens dos filmes.

No caso de tecidos, existe um exemplo de pesquisa bem sucedida que traduz o esforço e dedicação do estilista Caio Von Vogt. Há aproximadamente 10 anos, ele criou o primeiro tecido 100% ecológico e orgânico do mundo, o EcoVogt, com patente e registro internacional. Este é fabricado pela Companhia Têxtil de Castanhal e feito de fibra de juta, planta cultivada na Amazônia.

Inicialmente, a juta era utilizada apenas na produção de sacos, forração de tapetes, entretelas e outros. A partir da pesquisa desenvolvida por Von Vogt, agora é possível utilizá-la na confecção de camisetas, ecobags (bolsas que substituem as sacolas plásticas), cintos e etc. "O benefício do EcoVogt é que em contato com a natureza leva apenas 2 anos para se degradar, enquanto fibras sintéticas de poliéster levam 100 anos. O plástico 500 e o algodão 10", conta o antenado estilista.

O que faz com que o tecido EcoVogt seja 100% ecológico e orgânico é o processo de utilização de fixadores e amaciantes extraídos de plantas nativas brasileiras na hora do tingimento. São plantas como açafrão, pau-brasil, urucum, entre outras, que trazem a cartela de 12 cores.

Para Von Vogt, o que ajudou a mudar a cultura da reciclagem e faz com que as pessoas se conscientizem é a campanha "Eu não sou de plástico", que inicialmente veio da Europa e dos EUA com a intenção de eliminar as sacolas de plásticos com opções de bolsas na hora de carregar as compras. "Isso veio para clarear a idéia das pessoas", diz o estilista.

Porém, ele afirma que no Brasil temos um problema cultural. "Não é possível mudar da noite para o dia certos hábitos, como fechar a torneira na hora de escovar os dentes ou tomar banho rápido. Para muitos ainda é utópico dizer que a água vai faltar, pois por enquanto não é uma necessidade real", esclarece Von Vogt. Ainda assim ele espera que as próximas gerações sejam mais conscientes, já que todo esse problema sócio-ambiental é muito recente no Brasil, mas tende a ser passado na educação das crianças de hoje.

Nas Passarelas
No São Paulo Fashion Week, em junho, Oskar Metsavaht, estilista da Osklen, causou furor ao utilizar couro e plástico em sua coleção. Mas, segundo o estilista carioca, conhecido por ser pioneiro da moda sustentável, as peças serviram para alertar o que de fato é mo-da ecologicamente correta. Metsavaht reciclou o plástico para fazer chapéus, coletes e capuzes.

Já o couro foi utilizado por haver uma superpopulação de jacarés que afeta o desequilíbrio da fauna na Amazônia. Então, muitas instituições abatem os animais, deixam a carne com a população local e aproveitam a pele para a moda. Além de estilista, Metsavaht é médico e criou o Instituto E para avaliar materiais que não afetem o meio ambiente e que possam ser utilizados pela indústria da moda.

No SPFW, o reaproveitamento de materiais também foi tema das grifes Maria Bonita, UMA e Jefferson Kulig. A primeira utilizou tecidos orgânicos e fibras naturais, ao passo que UMA reciclou borracha prensada sobre tafetá e Kulig mesclou elementos tecnológicos e orgânicos criando a expressão tecnôrganico.

Eco Fashion Brasil
Para os universitários ou recém formados em moda, que pensam em fazer roupas conscientes, uma boa opção é participar do concurso Eco Fashion Brasil. É o caso da estudante Romênia Ishiyama, que acredita ser uma necessidade pensar em moda sustentável. "Como estudante e futura profissional tenho responsabilidade e obrigação de ajudar a indústria a encontrar soluções menos agressivas", afirma Romênia.

A universitária irá retratar em sua coleção a Mata Atlântica, que foi preservada em Itacaré (BA) e para isso vai utilizar tecido orgânico, fibra de coco, de juta, entre outros. O concurso utiliza como critério de seleção a inserção da idéia de sustentabilidade na indústria da moda. Sobre os benefícios que o Eco Fashion Brasil traz, Romênia diz que são iniciativas como essa que refletem para onde é preciso caminhar. "A indústria têxtil precisa aprender a cuidar do meio ambiente", afirma a estudante.

Rubia Calazans http://www.byrubiacalazans.com
Caio Von Vogt http://www.caiovonvogt.com.br
Eco Fashion Brasil http://www.ecofashionbrasil.com

* Matéria originalmente publicada na edição #16 da revista A Capa Especial Meio Ambiente - Setembro de 2008

Fonte: http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=9248

A moda com soliedariedade

Materiais recicláveis viram matéria prima para produção criativa de roupas e adereços
A responsabilidade social e a ecologia estão cada vez mais em destaque no mundo da moda. Dentro desse tema, uma das principais preocupações estampadas nas vitrines é o impacto da alteração do ambiente.

O Projeto Recicla Cerrado, do Ipê Cultural, descobriu uma maneira divertida e ecologicamente correta de assumir a sua parte neste assunto e aderir à famosa onda ecofashion. O instituto criou um editorial de moda 100% ecológico, no qual todas as peças, camisetas, coletes, saias, entre outras, são feitas com garrafas PET e outros materiais reutilizados.

Produzida com fibras de poliéster recicladas de garrafas PET (a popular garrafa plástica de refrigerante), as roupas trazem um estilo simples e moderno, que mostra a necessidade de tomar atitudes concretas para preservar o meio ambiente. O plástico reciclado é transformado em fibras que produzem um tecido forte, mas macio. Em geral, elas são combinadas com algodão, que dá um toque ainda mais confortável.

E para aqueles que imaginam que uma roupa feita a partir do plástico é diferente das convencionais, Antônio Pedro Costa Neto, do Ipê Cultural, garante que não dá para perceber a diferença. “Seja no corte, caimento ou textura, nada lembra uma garrafa de plástico. Nosso trabalho é uma garantia de satisfação e compromisso com o meio ambiente”, disse.


Como começou

A utilização de fibras de garrafas PET na produção de roupas surgiu no Brasil em 1995. Porém, foi em 1999 que essa técnica se popularizou. Após serem coletadas em lixões, na maioria dos casos, e vendidas para usinas de reciclagem, as garrafas de plástico passam por um longo processo de moagem, lavagem e descontaminação. Por fim, são retransformadas em fibras de poliéster, que pode ser comercializado e utilizado na confecção de diversos produtos.

Conscientização e interação

O mundo da moda tem flertado, frequentemente, com aspectos da sustentabilidade. Algumas experiências em menor escala provam que é sim possível costurar o mundo fashion com a natureza. A Organização para a Proteção Animal (OPA), em Uberlândia, é uma prova disso. A entidade vende a coleção de camisetas de fio PET “Salve-me quem Puder”, que traz estampas divertidas de bichos com mensagens. Além disso, camisetas de algodão com símbolo da OPA, boné, Eco Bag e outros objetos são vendidas na loja do Center Shopping. Todo dinheiro arrecadado com as vendas é encaminhado aos projetos da organização. “É muito interessante esse novo mercado da moda, assim podemos divulgar a ideia de educação ambiental para mais pessoas. Saímos daquele mundinho da organização, para o mundo globalizado”, afirmou a auxiliar administrativo da OPA, Débora Cosentino.

Fonte: http://www.correiodeuberlandia.com.br/texto/2009/09/09/39923/a_moda_com_soliedariedade.html